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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Cidadãos acusados de terem comido carne humana no Huambo

O processo crime movido contra o soba Hilário Capitango e os jovens Leonardo Paulo, Gabriel Mota e Carlos Tchitwé, acusados de terem esquartejado e comido partes do corpo do cidadão Clementino Uajimba, 20 anos, já se encontra no Tribunal do Huambo. O dossier já foi sorteado entre os juízes da 1ª Secção de Crimes Comuns e terá calhado com um dos magistrados judiciais que conduziram o Caso Kalupeteka, segundo uma fonte no cartório desse órgão de soberania. Entretanto, a mesma fonte não conseguiu precisar se os arguidos têm advogados ou se serão defendidos por um defensor oficioso a ser designado pelo tribunal. 
 
Leonardo Paulo, Gabriel Mota e Carlos Tchitwé, com idades compreendidas entre os 17 e os 23 anos, confessaram, aquando da sua apresentação à imprensa, ter assassinado o amigo, em Janeiro, às ordens do ancião Hilário Capitango, um dos sobas da comuna do Samboto, município de Chicala Tcholoanga.
 
Além do malogrado Clementino Uajimba, a tripla alegou ter sido orientada pelo soba a executarem mais dois indivíduos, designadamente uma senhora conhecida apenas como Tia Xica e um cidadão que atende pela alcunha de Primo Menta, mas só conseguiram concluir a primeira operação. Leonardo Pedro confessou que o seu companheiro Gabriel Mota se recusara, em nome do grupo, num primeiro momento, a realizar a operação, assim que foram informados sobre a natureza da mesma, mas não tiveram êxitos porque, em resposta, o suposto mandante persuadiu- os com a ameaça segundo qual, caso não cumprissem ou contassem o plano a alguém, conheceriam o mesmo destino. Segundo ele, ante a recusa, o ancião apontara-lhes, em separado, uma faca em direcção aos corações.
 
De seguida entregou-a a Gabriel Mota, o mais velho do grupo, garantindo- lhes que a vítima não a veria no momento em que lhe desferissem os golpes mortais. De seguida, os três amigos foram à casa dos pais de Clementino Uajimba, munidos da faca, tendoo convidado para que os acompanhasse ao rio Cunene para efectuarem a habitual “higiene pessoal”, ao que este acedeu por ser um acto habitual, nas manhãs, entre os aldeões. Sem desconfiar do convite dos“amigos”, a eles juntouse imediatamente, levando consigo uma lasca de sabão e um pedaço de rede. O suposto assassino convenceu- se de que a “profecia” de Hilário Capitango se cumpriria, por acreditar que durante todo o percurso Clementino Uajimba não terá visto o objecto letal que serviu para ditar um fim à sua vida. Com uma canoa, atravessaram o rio até ao local que acharam ser ideal para consumarem os seus intentos.
 
“Assim que chegamos, apanhei um pau e dei-lhe uma pancada na cabeça e ele desmaiou”, tendo o Carlos lhe espetado a faca que, de seguida, o Gabi recebeu e lhe cortejou o órgão genital, um dos braços, uma parte da coxa e abriu-lhe o abdómen, de onde retirou as tripas”, detalhou Leonardo Pedro às autoridades. Acrescentou: “depois metermos a carne recomendada num saco, o mais velho orientou-nos que abandonássemos o resto do corpo numa zona de eucaliptos e assim o fizemos, após o termos vestido”. Quanto ao destino dado aos referidos órgãos da vítima, contou que o soba os comera sozinho, após explicar que só o fazia em companhia dos mais velhos da aldeia.
 
Carlos Tchitwé, por seu turno, confirmou a versão do seu companheiro de delito, tendo especificado que disferiu os dois golpes na coluna vertebral de Clementino Uajimba, no momento em que o mesmo caíra. “Estendido no chão, ele não gritou”, relatou. E prosseguiu: “Eu não senti nada no momento em que pratiquei tal acção. O meu coração está limpo”. Já Gabriel Mota, o mais velho do grupo, assumiu que retirou os órgãos da vítima e os entregou aos amigos que, imediatamente, os colocaram no saco, para, finalmente, os entregarem ao soba.

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